quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Aula sobre a epidemia do ódio



Realizei uma aula com os alunos do terceiro ano do ensino médio para falarmos sobre alguns temas do ENEM, que seriam possíveis temas para redação 2016.
Um dos possíveis temas são as epidemias, devido o alto índice de casos de dengue, e agora zika e chicungunya, já que, apesar de termos vivido este caos na saúde em relação a dengue desde 2010, o tema ainda não foi trabalhado em vestibulares.
Falei sobre a elas, as vedetes de agora. Mas antes falei sobre todas as grandes epidemias do mundo, e resaltei uma delas, a epidemia do ódio e da intolerância.
E hoje isto pode ser comprovado, através dos índices de violência, pois os casos de violência são notificados, assim como algumas doenças, então a violência pode ser considerada uma doença. E o que causa a violência?
Foi esta pergunta que fiz para meus alunos?
Seria, a raiva? a violência? a intolerância e o ódio?
E a raiva, a violência e o ódio são contagiosos, assim como as doenças.

Mas o que tentei demonstrar é que o amor é contagioso, e após passar alguns vídeos para eles sobre o filme "Patch Adms o amor é contagiante" distribui para a sala um nariz de palhaço, lembrando-os que eles não devem ser vetores desta epidemia de ódio, e sim de amor.  

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Desafio: Como tornar a aula criativa sem recursos oferecidos pela escola



O que me motivou a escrever foi uma experiência muito desagradável que aconteceu comigo há pouco tempo.
Como eu contei na postagem anterior, estou trabalhando o etnocentrismo e intolerância em sala de aula.
Para ilustrar melhor o imaginário das crianças, eles estão assistindo o filme “Crash, no limite”.
Tenho uma sala que os alunos são bastante ativos, gostam de atividades diferentes, mas ao mesmo tempo tem um grande problema com atenção. As atividades precisam ser bem planejadas, pois como eles são muito ativos se distraem com facilidade.
No início do mês passei na lousa o cronograma do que iremos fazer, para eles saberem e se planejarem em relação as faltas.
Neste mês a minha observação foi para que eles não faltassem no dia do filme, e o que senti é que eles criaram uma expectativa muito grande em relação a isso, pois realizam poucas atividades fora da sala de aula. Todos os dias quando eu entrava eles  perguntavam: “Professora é hoje que vamos assistir o filme?”
Pois bem, chegado o dia deles assistirem o filme, avisei que nós íamos para a outra sala ver o filme, a folia foi geral, ficaram muito felizes. (A escola tem uma sala especial para apresentações e filmes)
Depois de uns quinze minutos fui informada que os alunos teriam que assistir o filme com o equipamento na sala de aula, pois o outro local seria usado para uma aula para todos os terceiros anos da escola.
Foi como se jogassem um balde de água gelada em todos nós. Eu e os alunos ficamos frustrados e chateados.
Até que o outro equipamento chegasse na sala, foi-se vinte e cinco minutos da primeira aula. A sala é muito clara, os alunos não enxergavam, começaram então a colocar as apostilas nas janelas para conseguir assistir o filme. Um grupo ficou em torno do notebook para ver melhor.
Alguns alunos, totalmente alheios, tentavam jogar baralho, ou seja, perdi todo o planejamento que fiz para aquela aula.

Fiquei tão chateada que lancei um desafio para eu mesma: Desenvolver aula criativa sem por enquanto, até a minha frustração passar, sem usar nenhum recurso oferecido pela escola. Meu equipamento multi mídia já tenho a mais tenho certeza que o desafio vai fazer que eu use mais minha criatividade e imaginação.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O abraço e a amorosidade em sala de aula na resolução de conflitos

No terceiro bimestre trabalho o etnocentrismo com os alunos do primeiro ano do ensino médio. Gosto muito de passar o filme "Crash: no limite" para eles, para apimentar a discussão sobre a intolerância .
E hoje coincidência ou não, uma aluna mostrou-se muito agressiva em relação a um outro aluno no momento que eles estavam todos juntos assistindo o filme.
O aluno, de forma indireta, também tratou-a com agressividade, E ela revidou, virando uma bola de neve.
Neste momento levantei da cadeira e perguntei para eles o por que de tanta raiva.
A aluna respondeu: "Professora, eu não vou deixar alguém me chamar de desgraça e ficar quieta!"
Então intervi explicando que estávamos assistindo um filme que fala sobre a intolerância, e que as pessoas do filme sentem muita raiva. Perguntei então novamente para ela por que ela sentia tanta raiva. Ela não respondeu.
Falei então para a sala que a vida é muito breve, e que não temos que desperdiçá-la com tanto stress e raiva.
Perguntei então: "Pessoal, o que a (....) está precisando?
Um aluno respondeu: " De homem!"
E eu disse: "Não... ela está precisando de um abraço coletivo" aí todos a abraçaram.
Após eu disse: "Venha cá, você está precisando de abraços e amor" Dei um abraço muito forte na aluna.
Todos bateram palmas, a discussão acabou, e eles terminaram de ver o filme tranquilamente.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A brincadeira da Forca como exercício de fixação na aula de sociologia


Esta semana trabalhei os conceitos de Etnocentrismo e Relativismo Cultural nas salas do 1º ano do Ensino médio.
As apostilas e livros trazem textos de difícil interpretação para alguns alunos, devido seu contexto social e seu nível de aprendizado, sendo necessário ler o texto com os alunos e explicar o significado das palavras e frases.
Algumas salas solicitei que os alunos realizassem a leitura do texto em casa, mas muitos não leram, e os que leram não entenderam seu conteúdo.
Foi necessário então colocar um texto curto na lousa, com uma linguagem mais simples, ressaltando seus pontos principais para entendimento.
Após a explicação, fiz um exercício para fixação dos temas de forma que eles entendessem as principais palavras que compunham o conceito de etnocentrismo e relativismo cultural.
Fiz a brincadeira da forca.
Os alunos se dividiram em grupos e orientei em relação as regras:
  • Cada grupo fala uma letra por vez.
  • A qualquer momento se algum grupo já souber qual é a palavra é para um componente levantar a mão e escrever a palavra no caderno.Após mostrar para a professora.
  • Se o grupo acertar a palavra, ganha um ponto.
  • O grupo que acertou é o primeiro na próxima rodada.
  • Ganha o grupo que acertar mais palavras.
A cada palavra que o grupo acertava eu perguntava para classe por que eu tinha escolhido aquela palavra. Quando eles não sabiam responder eu explicava o sentido da palavra em relação ao tema.
Foi bem interessante.
Mas tive que fazer algumas modificações. Como a turma leva a disputa a sério, as regras devem ser rígidas.
No início falavam a palavra quando sabiam qual era. Mas gerou muito tumulto, pois todos falavam ao mesmo tempo e não dava para estabelecer quem havia falado primeiro. O sistema de levantar a mão e esperar o aluno escrever a palavra é mais justo.
Mas foi muito divertido! Eu me diverti muito com os alunos. Em uma sala deu para perceber que não é possível realizar este tipo de atividade (não tem haver com indisciplina) pois os alunos não aceitavam as regras, o que gerou muito tumulto. Para eles talvez fosse melhor formar palavras com jornal em uma cartolina. O que percebi é que eles não sabem trabalhar a "disputa" de forma saudável.
Mas foi muito prazeroso o resultado da aula.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

domingo, 22 de maio de 2016

Produções textuais sobre o amor

Aluno: LMS

Vácuo do amor

Ah! o amor!
Presente dado pelo criador, Arma que tira o temor...
temor de perder o amor,

O bom companheiro, um amigo parceiro,
Alguém que te torna inteiro, 
Esse é o amor verdadeiro.

O amor fraternal,
poderia ser incondicional,
nada que seja irônico,
nem triste como o platônico.

E o amor próprio é necessário
Para igualmente amar o próximo,
Que promete ter quem amar,
Que alguém possa finalmente me completar...

Nem posso continuar,
Pois não posso opinar,
Algo que cresce sem cessar...

Aluno: VB

Amar é...

Amar é confiar
É querer
É desertar
É demonstrar

Amar é perder o sono,
É suspirar
É morrer de saudade
É se perder em pensamentos.

Amar é apenas estar juntos
É querer fazer feliz
É juntar os mundos

O amor vai além das carícias
Amar é se tornar fiel 
É ser confidente

Amar é se apoiar em alguém
É se entregar por inteiro
E não querer ser de mais ninguém.
Aluno: GPSS
Essa noite tive um sonho muito ruim, pois eu tinha perdido as pessoas que mais amava. Foi um susto enorme.
Eu morava perto da Via Norte e nesse dia tudo estava indo embora por causa da chuva forte, eram umas duas horas da tarde e de repente só ouvia gritaria, pois tinha muita gente carregada pela água. Aí eu fui correndo no portão, quando me deparei com minha mãe sendo soterrada. Me bateu um desespero, porque não dava para eu ajudá-la, comecei a chorar e gritar, aí meu irmão veio ver porque eu estava chorando quando a água o levou.
Eu não sabia mais o que fazer quando acabei vendo min mãe morta.
Na hora sai correndo pedindo ajuda, mais parecia que ninguém estava ligando, parecia tudo brincadeira. Fui andando e acabei saindo na pista, um motoqueiro me viu chorando e parou para ajudar. a de um sonho Falei o que tinha acontecido, ele falou que ia me levar para casa do meu pai.
Quando acordei  vi que tudo não passava de um sonho, um pesadelo.
Eu amo muito minha família, quando acordei não consegui dormir, mais por conta de amá-los, acho que até chorei no sonho, não sei o que eu faria sem minha família que sempre me ajuda.

Aluno: LGRF
O amor é um sentimento. Sentimento de afeto, de carinho, de prazer. Quem ama sente, sofre sorri, chora. Quem ama canta, grita, sussurra.
Amar é ótimo, porém o que seria melhor do ser amado
O que é o amor‽ Amor é um bom dia, um olá, um abraço, um até amanhã... Amor não é paião. Paixão é gostar, querer, ter a intensão de posse para com o próximo.
Logo quando bebês já aprendemos a amar, já sabemos a quem confiar a quem aceitar colo. Amor é um sentimento natural, que aperfeiçoamos no decorrer da vida.
Quando somos crianças aprendemos a gostar e amar as pessoas, tais como as tias da escola, os avós, o pai e principalmente as mães.
Quando adolescentes começamos a amar ou pensar que estamos amando... Basicamente ter paixões na escola.
Quando adultos já sabemos o que é o amar e ser amado. Dividir afetos e carinhos.

Aluno: LROC
Um livro escrito há mais de dois mil anos, faz uma descrição perfeita do amor: "O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento. Não se gaba, nem é orgulhoso, não se comporta indecentemente(ou não é grosseiro) não procura os seus próprios interesses, não se irrita com facilidade, não leva em conta os danos. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Suporta todas as coisas, espera todas as coisas, persevera em todas as coisas. O amor nunca acaba."
Sem dúvida, essas palavras tem um rico sentido nos dias de hoje, embora muitos distorcem o que é o amor. Amar é querer o bem, se preocupar, sorrir com os que sorriem e chorar com os que choram, o amor é um perfeito vínculo de união. Isso sim é o amor, um sentimento que não se eplica, só se sente.


Aluno: ALC
O amor não é colorido, ele é preto e branco mesmo. Duas cores neutras que combinam com tudo, que são únicos e se misturam com tudo e todos gostam (Mesmo que seja mais de um do que do outro).
Todo mundo tem uma blusa, por exemplo branca e preta no guarda-roupa. Mesmo que você não use, está lá, guardada, "vai que precisa"- você sempre pensa, quando acha que quer desfazer dela. E o amor é assim, desse jeito.
O amor é uma doença que faz mal, uma bactéria que não há como viver sem. Pois não tem cura. E tem quem diga que não ama nana mas... essa pessoa já ama a ideia de não amar.
Amar machuca e não tem manual de como amar.  Ele é desajeitado mesmo, todo errado e sem explicação. Não tem razão, ele é louco. É para quem não tem medo de se jogar de cabeça.
O amor não é sobreviver, é viver.

Aluno: YCS.
O amor não pode ser explicado, não é algo comum, igual! O amor vem em várias formas, vários jeitos.
Ás vezes eu me sinto como uma criança prestes a conhecer o mar, aquela explosão de sentimentos, causando arrepios e sensações que são únicas para cada um!
O amor é mais que uma paixão, é mais que só desejo, é mais que querer. Amor é algo a ser cultivado, cuidado e regado, como uma planta que se não cuidar murcha.
Amor é tudo que eu sinto, é tudo que eu sou, tudo o que eu tenho a oferecer. De todos os loucos amores, o nosso.
Quando eu te vejo, quando eu te sinto...não consigo suportar te ver e não te ter.
O que eu sinto por você  vai além de toda a paixão, é amor, você me causa efeitos inexplicáveis, você acalmou o meu coração, ele está mais obediente, menos quando encontro você, no caso, ele saltita como uma criança prestes a ganhar um doce, fica incontrolável. É extraordinário.
O amor vai te dar horas maravilhosas, assim como dias de tonturas horríveis, mas o amor é isso... Algo incontrolavelmente inconstante, pode te levar ao céu e ao inferno em minutos... Amor é como o mar, amor (a) mar, duas palavras de imensidão, sem fim e maravilhoso, impossível não se apaixonar pelos efeitos do mar assim como o efeito do amor. Talvez seja uma das únicas coisas do mundo da qual não tenha fim, ou talvez seja como todas as outras, e o "adeus" exista.

Foram ótimas redações... eu ficaria um dia inteiro só digitando.
Conclusão: Eles falaram de algo que conhecem e deslancharam a escrita e a imaginação.
Como desenvolver a escrita de forma significativa?

Não sei, também estou aprendendo.
Quando passei o filme "Batman Cavalheiro das trevas" para tentar fazer os alunos entenderem o que acontece quando há a ausência do Estado na sociedade, percebi que alguns alunos apresentaram bastante dificuldade em escrever.
Muitos deles falavam para mim sobre o filme e o texto, mas na hora de colocar no papel não conseguiam, ou não conseguiram fazer a ponte entre um e outro mesmo.
Aí lembrei daquela frase do Paulo Freire " Não basta saber ler que a 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho", ou seja provocar o "estranhamento, a desnaturalização" que a sociologia tanto fala. Mas como desnaturalizar algo que não faz parte do dia a dia do aluno?
Talvez seja por isso que muitos não conseguiram colocar no papel a questão do Estado, pois o tema não faz parte da vivência deles, ou as palavras "tecnicistas" que usamos não conseguem entrar no mundo subjetivo de suas cabeças, já que hoje sabemos que esta geração, para abstrair é mais visual, a mente trabalha em cima de imagens e vivências concretas, não adianta um discurso de trinta minutos na aula porque senão eles "dormem e esquecem", assim como eu, fica muito chato mesmo!
Rubem Alves no Livro "Conversas sobre a educação" discute muito isso. Em um trecho de sua obra ele diz:
"Os ditos 'programas escolares se baseiam no pressuposto de que os conhecimentos podem ser aprendidos numa ordem lógica predeterminada. Ou seja: ignoram que a aprendizagem só acontece em resposta aos desafios vitais que estão acontecendo no momento (insisto nesta expressão 'no momento' - a vida só acontece 'no momento') da vida do estudante. Isso explicaria o fracasso das nossas escolas. Explicaria também o sofrimento dos alunos. Explicaria a sua justa recusa em aprender. Explicaria sua alegria ao saber que a professora ficou doente e vai faltar... Recordo a denúncia de Bruno Bettelheim contra a escola: 'Fui forçado(!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender - e aprender a sua maneira...'
Não há pedagogia ou didática que seja capaz de dar vida a um conhecimento morto. Somente os necrófilos se excitam diante de cadáveres.
Acontece, então, o esquecimento: o supostamente aprendido é esquecido. Não por memória fraca. Esquecido  porque a memória é inteligente. A memória não carrega conhecimentos que não fazem sentido e não podem ser usados. Ela funciona como um escorredor de macarrão. Um escorredor de macarrão tem a função de deixar passar o inútil e guardar o útil e prazeroso. Se foi esquecido é porque não fazia sentido."
Diante de todas estas angústias que eu estava sentindo em relação aos alunos conseguirem escrever, ou colocar no papel seus pensamentos resolvi trabalhar com os alunos do terceiro ano  o que chamo de "temas marginais", por que "marginais"?, porque não estão no currículo escolar de sociologia. Vou trabalhar temas que fazem parte de suas vidas, tentando incluí-los nos temas comuns da sociologia, mas que não estão na grade do terceiro ano.
O primeiro tema foi o "O que é o amor?"
Primeiro mostrei através de ilustrações em power point, as várias formas de se falar sobre o tema (vou incluir nos anexos para vocês verem).
Depois trabalhei com a música "Quando bate aquela saudade" de Rubel. (também disponível neste post).
As reações dos alunos foram surpreendestes. Disponibilizei para eles um texto com a definição de amor (pena que não pode ficar com eles, pois quando imprimo textos avulsos, não posso deixar com os alunos pois uso em todas as salas), depois passei a apresentação com as várias formas de falar sobre amor e após com a letra da música os alunos acompanharam o vídeo clip.
O vídeo clip da música "quando bate aquela saudade" é muito interessante, pois não tem fim, usa personagens negros, idosos, crianças jovens, quarentões, de outras orientações sexuais e classes sociais, demonstrando assim que o amor não tem "cara".
Em uma sala os alunos queriam ficar cantando a música, em outras alguns alunos se emocionaram e choraram.
Pedi então, que livremente eles falassem sobre o tema, se expressando da forma que se sentissem mais a vontade.
Vou digitar no outro post as redações e depois algumas expressões visuais.



  

"A memória funciona como um escorredor de macarrão. Um escorredor de macarrão tem a função de passar o inútil e guardar o útil e prazeroso" Rubem Alves

Para vocês entenderem o que realizei nas outras aulas para desenvolver a escrita significativa dos alunos gostaria que assistissem esta entrevista com Rubem Alves, um grande educador.

sábado, 21 de maio de 2016

PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS SOBRE O FILME: "BATMAN O CAVALHEIRO DAS TREVAS"

Aluno LMS

Hoje em dia, há muitas formas de expressões referentes a vários assuntos, principalmente sobre o governo ou Estado. A adaptação de Chistopher Nolan baseado nos HQs de Frank Miller, Batman  o Cavalheiro das Trevas traz uma referência enorme, explicando de uma forma que poderíamos desconfiar se é tão ficção científica como pensamos.
O filme já nos apresenta personagens, que são importantes ser analisados como o Batman (Christian Bale), o Coringa (Heath Ledger), Jim Gordon (Gary Oldman) e Duas Caras (Aron Eckhart), personagens estes que podem ser considerados "agentes do Estado", uma vez que todos tem ligações chaves para termos uma interpretação social, em  ação a sociedade.
Podemos observar a situação caótica de Gothan City, onde por debaixo do tapete, a criminalidade gira na cidade em alta escala. Entretanto, o promotor (Duas Caras) se torna um Cavalheiro Branco", sendo a esperança para a cidade possuir uma melhora significativa sobre os fatos. Junto dele acompanhando o "salvador", tenente Gordon, se torna fiel ao seu trabalho, representando a justiça, o primeiro sinal foi ao saber de uma onda de crimes na cidade, resolve convocar o Batman o nomeado "Cavalheiro das Trevas", que mesmo tendo estes título, deve ser tratado como último recurso de justiça, uma vez que é um cidadão exigindo e trazendo paz para sua cidade.
O Estado, é o controle de instituições que nos rodeiam no dia a dia. O que temos que interligar com o filme, é uma das várias teorias de Thomas Robbes sobre o Estado, chamado Contrato Social, que nada mais é que um contrato de condição, onde é adotado que "você é o que é, sem direito a se opor, que não se fira a construção das instituições." o vilão da história, (ou não tão vilão), Coringa, este que é tratado como símbolo de criminalidade, não só na adaptação, mas em nossa sociedade. O Coringa se torna o agente do caos, mostrando ser um problema não só para o homem morcego, mas também para a cidade. Mas porque? Simples,  o palhaço do mal é o povo. Ele não é louco, apenas exige os direitos que a sociedade realmente merece, isto é tratado como Estado de Direitos. O personagem mostra-se de toda  audácia possível, não tendo medo de buscar a "anarquia", que segundo ele é o que está sendo dirigido por ele.
No hospital quando começa explicar ao promotor sobre os fatos, ele se cama de "cachorro louco", que apenas age e não planeja.
Podemos analisar a partir desta cena, que uma vez que a sociedade busque a tal anarquia, causaria o caos, mensurado em sua fala: "Anarquia: Perturbe a ordem vigente e tudo se torna um caos, e sabe qual é a chave do caos? o medo."
Então voltando ao Batmam, colocado em relação ao Coringa, o herói seria uma luz vista com trevas, atrás da máscara, revela-se uma justiça mascarada, onde desconfiam da boa vontade dele.  Por que? Batman age com senso de justiça para restaurar a ordem vigente, uma vez que o Coringa (povo) se acha no direito de agir como cães loucos. Não sendo corruptível, o homem morcego mantêm o equilíbrio na cidade.
Duas Caras, também tem um desequilíbrio, representando o Estado ou governo, perde sua autoridade e notoriedade, tendo que viver dos dois lados para apenas recuperar o que lhe foi tirado, a ordem.
Ao observarmos estas situações, chegamos a conclusão, que o povo agindo sem direção, temos a desordem no Estado, e com o mesmo sendo oprimido, temos a derrubada. Apenas devemos observar fatos e organizá-los, para ver se muitas vezes, desprezamos um Cavalheiro das Trevas, buscando melhoras e sendo oprimido pelo próprio povo, ou Coringa. Temos essa opção de escolha.

Aluno: LFSA
O filme Batman retrata uma certa história que se passa na cidade de Gothan. O enredo do filme gira em torno de um vilão chamado Coringa, que não queria comandar, nem dinheiro, ele só queria trazer o medo para a sociedade, e com isso i caos, levando assim  ao Estado de Natureza que é nada mais que uma sociedade sem democracia.
O filme ainda relata sobre o Reve, um promotor que era conhecido como "Cavalheiro Branco" , sendo assim ele foi ganhando popularidade e ele representava a justiça de Gothan, mas o Coringa queria provar que não importava a pessoa e nem sua posição social, ela poderia ser corrompida. Assim ele transforma o "incorruptível" promotor Rave em um grande vilão, provando que todos podem ser corrompidos .
O objetivo do Coringa é provar que existia o Estado de Natureza, assim no final o Batman se passa por vilão para manter a democracia.

Aluno: VFN
No filme Batman o Cavalheiro das Trevas, Batman representa um tipo de justiça não legitimada e por isso não aceito na sociedade.
Já dizia Max Weber que o povo só aceita a justiça quando ela é legitimada, ou seja, quando ela entra na lei.
O tenente Gordon representa a justiça, ou seja, a justiça que no caso demanda quem terá o Estado legitimado. Este que por sua vez é representado pelo promotor Duas Caras.
O promotor é chamado de Duas Caras pois suas ações não são confiáveis, uma hora ele está fazendo tudo certo e mesmo assim não podemos confiar nele, pois suas ações podem mudar.
O hospital representa a fragilidade do povo. O experimento do Coringa demonstrado Estado Natural citado por Hobbes Locke e Rosseau, onde cada cidadão tem que fazer justiça por si mesmo, e que elas não são boas, passam por cima de qualquer um para o próprio benefício.
O Batman não atropela o Coringa porque se ele atropelar o povo julgará ele.
Então o Coringa não é louco como todos pensam, ele simplesmente não segue o padrão, não segue as leis.



Aluno: ABCM
As pessoas de Gothan City parecem viver em uma sociedade justa e harmoniosa, há uma boa segurança que a polícia os fornece. A sociedade apresentada no filme  mostra também que as pessoas acreditam que a partir do momento em que eles entregam um pouco de sua liberdade ao governo, eles estarão protegidos do perigo e assim vivem em paz.
No entanto Coringa quer mostrar que a partir do momento em que a sociedade é ameaçada de forma geral, as pessoas tentam destruir umas às outras. A partir do momento em que sentem medo, tudo se torna um caos.
Tenente Gordon é um verdadeiro homem da lei, segue a razão ao invés do coração, um homem que segue a lei.
O promotor é um homem justo que segue as leis e busca a verdade, mas é corrompido  pela cede de vingança, a partir do momento que é ameaçado.
Batman é um anti-herói homem que busca justiça com suas próprias regras, um homem incorruptível, que não vai contra suas próprias leis.
O Coringa não é um louco é um homem que busca mostrar a realidade mas com atitudes extremas.
O filme mostra que a sociedade depende do governo, mas a partir do momento que o governo não lhes propõe a paz e a lei que foi prometido, o homem irá lutar por sua sobrevivência, com suas "próprias garras", e então aí vamos ver quem é quem de verdade, a verdadeira essência do homem.


Aluno: ALC

O filme é muito interessante, principalmente o Coringa.
Tudo no filme envolve o Estado: a sua manipulação a fragilidade dos que estão em meio à guerra e a corrupção. É engraçado como conseguimos retratar a realidade, mas não combate-la.
O Batman, no filme, representa a justiça que todos condenam como perigoso, vilão. O promotor é duas caras, porque ao mesmo tempo que ele quer ser justo, ele acaba criando ódio e mágoa.
Assim ele acaba se revoltando com a justiça.
A máfia representa a corrupção entre políticos e ladrões que se tem no mundo. Eles se juntam com o Coringa para acabar com o Batman (a justiça).
E eis que surge o principal do filme, para mim. O Coringa. Ele representa toda a persuasão e inteligência usada para cegar o povo.
O Coringa não é louco, ele é muito são. Pois ele planeja cada passo, e sempre consegue o que quer. Ele necessita do Batman, porque sem a justiça não há a injustiça, Mesmo o Batman pode derrotar o Coringa, se ele é o Estado, o povo é o resto?


Haviam várias redações muito boas, o interessante foi as várias formas de interpretação do filme em ralação ao texto que leram sobre os contratualistas. Muitos alunos tiveram dificuldade em escrever sobre o filme realizando a ponte com o texto, mas foi uma grande experiência, para eles a para mim.







BATMAN O CAVALHEIRO DAS TREVAS NA AULA DE SOCIOLOGIA?

Para trabalhar o tema Cidadania moderna: direitos civis, que discute o desenvolvimento do que entendemos sobre cidadania envolvendo o pensamento dos contratualistas de John Locke, Rosseau e Hobbes sobre a formação do Estado Moderno e o Estado de Natureza, trabalhei com o texto do livro Sociologia hoje" da editora Ática Unidade 3 "Política, Poder e Estado".
A primeira aula foi dialogada, foi discutido em sala de aula a diferença entre cidadão e cidadania, o que é democracia, o que foi ditadura, como foram construídos os direitos pelos indivíduos, o que são os direitos fundamentais, a diferença entre a Constituição americana e a brasileira relativo a historicidade, o que é a ausência do Estado e o que é o Estado de Natureza discutido pelos contratualistas.
Após os alunos realizaram um fichamento do texto lido.
Para mexer com o imaginário dos alunos, trabalhei com o filme "Batman o cavalheiro das trevas."
Foi explicado a relação do filme com o assunto trabalhado, a questão da ausência do Estado, a questão da justiça corrompida, e o que leva uma sociedade ao Estado de Natureza.
Foi bem legal trabalhar com este filme, os alunos ficaram surpresos em ver um filme de ação na aula de sociologia, comentavam que nunca tinham percebido a crítica à sociedade que o autor do filme realiza.
Nos outros posts vou demonstrar algumas redações realizadas pelos alunos,  como foi produtivo para eles, qual foi o entendimento e a associação que realizaram nas produções de texto sobre o tema e o filme.
 

sexta-feira, 6 de maio de 2016

sábado, 16 de abril de 2016


Dinâmica da bolinha de papel: trabalhando a desigualdade social e os privilégios 


01. cada aluno recebe uma folha de papel para amassar e fazer uma bolinha.
02. o professor coloca o lixo bem na frente da sala, embaixo do quadro negro
03.Após o professor deve dar a instrução:
“Esse jogo é muito simples. Vocês representam a população de um país qualquer. E todo cidadão neste país tem a chance de crescer na vida e pertencer às classes mais altas”
“Para subir às classes mais altas, tudo o que você precisa fazer é acertar sua bolinha no lixo, sem se levantar da cadeira.
04. Imediatamente os alunos do fundo da classe devem protestar (“mas isso não é justo!”).
Os que estão atrás têm diante deles um monte de gente e fica fácil enxergar que os da frente terão muito mais facilidade em acertar suas bolinhas no lixo.
05. Quando os arremessos são feitos, acontece o esperado: os da frente conseguem acertar mais (mas nem todos) e os de trás acertam menos (mas alguns acertam).
06. O professor conclui:
“Quanto mais perto você está da lata de lixo, maiores são as suas chances de acertar. Isso é um privilégio. Vocês repararam como as reclamações vieram, todas, do fundo da classe?”
“Isso acontece porque as pessoas que estão aqui na frente não estão enxergando a mesma coisa que as pessoas que estão no fundo”
Elas estão a poucos metros da lata e não enxergam a mesma quantidade de cabeças à sua frente. E por não terem a mesma situação em seu campo visual, tudo o que elas enxergam é o objetivo do jogo…
…sem se dar conta, pelo menos não ao ponto de se manifestarem, sobre a posição privilegiada em que se encontram (ou sobre a injustiça com os colegas do fundão).

Explicação a ser dada para os alunos após a dinâmica:

Os alunos que estão no fundo da sala representam as classes mais pobres, e as pessoas que estão sentadas mais a frente representam as classes mais ricas.
    As chances e oportunidades dos alunos que estão no fundo são mais difíceis, (Neste momento pode-se explicar a desigualdade social)
    As pessoas sentadas na frente tiveram mais facilidade de acertar a bolinha no lixo, assim como as pessoas das classes mais ricas tem mais oportunidades e privilégios, alcançando assim seus objetivos.
O ideal não seria os mais privilegiados ajudando a erguer os menos privilegiados, trabalhando em favor deles, para abrir mais espaço nas fileiras da frente
E não mandando a lata de lixo lá para trás, pois não resolve o problema da desigualdade.
O ideal seria uma sociedade mais justa, igualitária, o que é difícil de alcançar em uma sociedade capitalista.
Perguntei aos alunos como poderíamos então solucionar este problema, já que sabemos que é um problema na estrutura da sociedade, e um problema relacionado ao sistema capitalista.
Neste momento os alunos pensam, dão palpites, até que o palpite mais adequado surge:
"Sentar em círculo",
E o lixo?
"A gente coloca no meio"
E isso faz ficar mais justo igualitário?
Como medi isto para mostrar aos alunos?
Na primeira fase, quando eles estavam enfileirados contei quantas bolinhas eles acertaram, e coloquei na lousa.
Após os próprios alunos sentarem em circulo e colocarem o lixo no meio, contei as bolinhas que acertaram.
O resultado: O número de acertos triplicou. Uma boa maneira de falar em igualdade para todos.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Pensando a curiosidade nos adolescentes

Estou realizando tentativas para deixar as aulas mais curiosas, como diz Rubem Alves, e atrair mais os alunos.
A vivência desta semana foi cansativa, mas observei algumas coisas.
As salas dos segundos anos do ensino médio estão trabalhando com diversidade social, e não há como falar nisto sem falar sobre desigualdade social. A apostila do aluno trás tabelas, para que eles interpretem e trabalharem com dados do IBGE.
Como os alunos têm muita dificuldade em interpretar tabelas, expliquei com o multimídia projetando na lousa, tabela por tabela.
Algumas salas prestaram atenção na explicação, mas em uma especialmente na X foi catastrófico. Eles se sentiram entediados, muitas vezes conversaram. Tive que chamar atenção várias vezes dos alunos, um horror. Nesta sala parei de explicar, e pedi que eles fizessem os exercícios. Nas salas W e Y, consegui explicar, com mais atenção e participação dos alunos da sala W.
A maioria dos alunos de todas as salas, mesmo com a explicação, tiveram muita dificuldade em realizar o exercício que a apostila trazia, demonstrando que 70% ainda não havia entendido.
Fiquei pensando em como fazer com que eles entendessem.
A apostila do aluno trazia uma lição de casa, onde eles tinham que pesquisar alguns dados em casa, e comentar sobre eles.
Usei então este exercício para levar os alunos na sala de informática, já que muitos não têm computador. Eles então construíram uma tabela a partir dos dados encontrados.
Foi bastante produtivo, pois eles usaram a internet sem ser para acesso a rede social, e sim construção de conhecimento. No final da aula, todos haviam construído uma tabela sem perceber.
Na outra semana, preparei uma aula mais dinâmica. A partir de um jogo, os alunos teriam que perceber que para transformar a desigualdade social em igualdade, é necessário uma mudança na estrutura de classes da sociedade, e também mudança individual.
Vou descrever a atividade em uma postagem separada.
A sala X que não se interessou  pela aula convencional, foi a que mais participou e entendeu a atividade. O envolvimento na aula na sala de informático também foi bastante rico.
A sala W, que fez uma boa produção textual na aula tradicional, e a Y que participou razoavelmente da aula tradicional, não desenvolveram e não entenderam tão bem a atividade lúdica.
A sala W acho que por estar acostumada ao explica e escreve teve dificuldade na participação na brincadeira, e a sala Y não foi proveitoso devido a indisciplina dos alunos.
O que percebi com tudo isto, a sala W, esqueceu como é brincar, brincadeira com aprendizado, como as crianças deveriam ser.
A sala X tem a criatividade mais aguçada, trabalhar com estes tipos de atividades talvez seja mais rico para eles.

E a sala Y não foi proveitoso devido à imaturidade dos alunos, não no sentido criativo, mas em relação em qual é o propósito de eles estarem na escola.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Foto: npu.com.br


Semana passada, planejei as aulas para os alunos.
Nos 1º anos do ensino médio estou trabalhando o senso comum e o estranhamento da realidade. Após a realização da aula dialogada , para que os alunos entendessem o que é estranhamento, pensei em trabalhar com o filme “A sombra e a escuridão”.
Farei uma postagem depois para falar sobre o uso deste filme em sala de aula. Mas o que aconteceu foi que, levei meu equipamento, projetor, caixa de som e computador para que os alunos assistissem o filme na sala de aula mesmo.
Quando pedi para que a luz fosse apagada, para minha surpresa, a funcionária da escola disse que não poderia apagar a luz, pois se a apagasse iria apagar a luz de uma outra sala.
Fiquei frustrada, pois naquela semana, o salão de projeção da escola estava com os livros que os alunos iriam receber.
O que aprendi com isso: Por mais que você planeje a aula, sempre deve pensar no inesperado, e ter uma outra alternativa para trabalhar com a sala de aula.
O ruim quando acontece isso é lidar com a frustração dos alunos, pois, lecionando em uma escola da periferia, encontramos muitos que nunca foram ao cinema, e quando o professor fala que eles vão assistir e analisar um filme não se trata somente de um trabalho pedagógico que será realizado com a turma, mas também lidarmos com a emoção do aluno em assistir um filme que não seja na televisão de sua casa, então a frustração quando não dá certo é muito grande.

Na outra semana, agendei o salão de projeção para a sala e eles ficaram muito empolgados.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Aula sobre a migração nas outras turmas

Depois de toda a experiência com a primeira turma na aula com documentátio, fiz algumas mudanças no planejamento, pois o objetivo do documentário para mim em sociologia em sala de aula, é também que os alunos aprendam a ler outras formas de linguagem.

Apliquei o roteiro. Em uma das salas apliquei o roteiro de análise depois que os alunos assistiram o documentário, e o que percebi, e eles também, é que há dificuldade em perceber detalhes importantes.
Nas outras turmas passei logo no início o roteiro de análise com a apresentação do documentário, e sobre o que ele se referia.
Percebi que quando os alunos escreveram a percepção foi muito diferente das outras turmas. O fato de falar previamente sobre o documentário, trouxe mais clareza sobre todas as informações que eles veriam, a leitura visual ficou acho que menos abstrata para eles.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A dinâmica em sala de aula

Não sei como se chama esta dinâmica, mas pesquisei bastante para encontrá-la e usá-la em sala de aula.
Apliquei na primeira semana de aula, é uma daquelas que chamam de "quebra gelo", mas em sala de aula ela pode significar muito mais que isto, e achei perfeita para o início de ano, pois dá para sentir como é a turma.
É ótima para conhecer alunos novos, para quem  você ainda não lecionou.
Ela é assim:
O professor, educador ou facilitador pede para a turma se organizar em fileiras com números iguais de alunos.
Geralmente nunca dá para ter o número exato em cada fileira, mas se tiver um aluno a mais ou a menos não altera a atividade.
Hora de explicar para os alunos como funciona:
O último aluno da fileira pensa em uma palavra (pedi para meus alunos pensarem em uma palavra associada a disciplina de sociologia ou relacionada a sociedade, mas pode ser qualquer palavra).
O último aluno, da carteira do fundo, tem que passar para o próximo qual a palavra que pensou, mas sem dizer uma palavra, ele deve escrever nas costas do aluno da frente, com os dedos, a palavra que pensou e, assim, consecutivamente. Quando chegar no primeiro aluno da fileira ele deve escrever a palavra na lousa. Ganha o grupo que acertar a palavra primeiro.
Aconteceram várias coisas, um aluno escreveu com a caneta mesmo nas costas do colega, eles combinaram a palavra antes para ganhar, pularam, gritaram, correram o máximo que puderam para escrever na lousa, alguns alunos não quiseram participar, mas se divertiram e até opinaram sobre qual seria a palavra, e houve uma aluna que fez bico e "emburrou" dizendo que "não ia brincar mais porque os amigos estavam roubando", mas depois voltou correndo para a brincadeira para não ficar fora dela.
E qual seria o objetivo desta "dinâmica", que gosto mais de chamar de atividade?
Deu para eu perceber o nível de concentração e organização de cada turma, e melhor, eles, sem perceber também trabalharam isto.
Perceberam que, se não ficassem concentrados não conseguiriam  "sentir" a palavra e se não se organizassem o mesmo grupo ganharia sempre.
Houve uma turma que brincou e disse: "É professora, acho que a senhora fez esta brincadeira só para a gente arrumar a sala em fileiras". Esta turma foi a que mais se envolveu, é uma turma do terceiro ano do ensino médio noturno. Foi muito bom. Eles se divertiram e eu também.
Nas turmas terceiro  ano do ensino médio, deu para perceber que eles estudaram  no ano anterior foi significativo, pois eles pensaram em palavras dos temas que desenvolvemos no segundo ano.
Tinha uma sala também que eu estava ansiosa para entrar: "A sala de maior porcentagem de meninos e aquela que até então foi eleita pelos docentes como a mais agitada do período", fiquei tensa, pois não lecionei para eles ano passado. Pensei: "Meu Deus como vai ser, as duas últimas aulas! Tô perdida!" Resultado: Foi ótimo, eles pularam, gritaram, participaram  muito, e foi uma delícia!
Resumindo: Foi uma semana muito divertida.

Experiências exitosas com documentários


Foram várias hipóteses levantadas em relação a como trabalhar bem com documentários em sala de aula sem ficar aquela sensação de “matar aula”
O que aprendi com os levantamentos.
Antes de passar o documentário para os alunos, é necessário recordar brevemente através de tópicos na lousa o tema discutido na aula anterior.
Após, vem a apresentação do documentário (lousa) com as referências: Título e a que ele se refere.
Enquanto o documentário é exibido, em um espaço deixado na lousa, vou pontuando os conceitos mais importantes que ele quer transmitir, discutir ou polemizar.
Ao final, fica mais fácil, através desta pontuação por tópicos inserir a discussão dentro de tema.
Nas aula que usei esta técnica, a discussão fluiu bem, eles falaram mais do que eu. Isto é importante. Em uma delas, os alunos até organizaram uma visita na Câmara Municipal da cidade, para ver de perto como funciona a “Casa do Povo”. O tema era “As responsabilidades das esferas de poder”
Fiquei muito feliz com o resultado.
Agora que venha a próxima etapa!