quarta-feira, 23 de março de 2016

Pensando a curiosidade nos adolescentes

Estou realizando tentativas para deixar as aulas mais curiosas, como diz Rubem Alves, e atrair mais os alunos.
A vivência desta semana foi cansativa, mas observei algumas coisas.
As salas dos segundos anos do ensino médio estão trabalhando com diversidade social, e não há como falar nisto sem falar sobre desigualdade social. A apostila do aluno trás tabelas, para que eles interpretem e trabalharem com dados do IBGE.
Como os alunos têm muita dificuldade em interpretar tabelas, expliquei com o multimídia projetando na lousa, tabela por tabela.
Algumas salas prestaram atenção na explicação, mas em uma especialmente na X foi catastrófico. Eles se sentiram entediados, muitas vezes conversaram. Tive que chamar atenção várias vezes dos alunos, um horror. Nesta sala parei de explicar, e pedi que eles fizessem os exercícios. Nas salas W e Y, consegui explicar, com mais atenção e participação dos alunos da sala W.
A maioria dos alunos de todas as salas, mesmo com a explicação, tiveram muita dificuldade em realizar o exercício que a apostila trazia, demonstrando que 70% ainda não havia entendido.
Fiquei pensando em como fazer com que eles entendessem.
A apostila do aluno trazia uma lição de casa, onde eles tinham que pesquisar alguns dados em casa, e comentar sobre eles.
Usei então este exercício para levar os alunos na sala de informática, já que muitos não têm computador. Eles então construíram uma tabela a partir dos dados encontrados.
Foi bastante produtivo, pois eles usaram a internet sem ser para acesso a rede social, e sim construção de conhecimento. No final da aula, todos haviam construído uma tabela sem perceber.
Na outra semana, preparei uma aula mais dinâmica. A partir de um jogo, os alunos teriam que perceber que para transformar a desigualdade social em igualdade, é necessário uma mudança na estrutura de classes da sociedade, e também mudança individual.
Vou descrever a atividade em uma postagem separada.
A sala X que não se interessou  pela aula convencional, foi a que mais participou e entendeu a atividade. O envolvimento na aula na sala de informático também foi bastante rico.
A sala W, que fez uma boa produção textual na aula tradicional, e a Y que participou razoavelmente da aula tradicional, não desenvolveram e não entenderam tão bem a atividade lúdica.
A sala W acho que por estar acostumada ao explica e escreve teve dificuldade na participação na brincadeira, e a sala Y não foi proveitoso devido a indisciplina dos alunos.
O que percebi com tudo isto, a sala W, esqueceu como é brincar, brincadeira com aprendizado, como as crianças deveriam ser.
A sala X tem a criatividade mais aguçada, trabalhar com estes tipos de atividades talvez seja mais rico para eles.

E a sala Y não foi proveitoso devido à imaturidade dos alunos, não no sentido criativo, mas em relação em qual é o propósito de eles estarem na escola.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Foto: npu.com.br


Semana passada, planejei as aulas para os alunos.
Nos 1º anos do ensino médio estou trabalhando o senso comum e o estranhamento da realidade. Após a realização da aula dialogada , para que os alunos entendessem o que é estranhamento, pensei em trabalhar com o filme “A sombra e a escuridão”.
Farei uma postagem depois para falar sobre o uso deste filme em sala de aula. Mas o que aconteceu foi que, levei meu equipamento, projetor, caixa de som e computador para que os alunos assistissem o filme na sala de aula mesmo.
Quando pedi para que a luz fosse apagada, para minha surpresa, a funcionária da escola disse que não poderia apagar a luz, pois se a apagasse iria apagar a luz de uma outra sala.
Fiquei frustrada, pois naquela semana, o salão de projeção da escola estava com os livros que os alunos iriam receber.
O que aprendi com isso: Por mais que você planeje a aula, sempre deve pensar no inesperado, e ter uma outra alternativa para trabalhar com a sala de aula.
O ruim quando acontece isso é lidar com a frustração dos alunos, pois, lecionando em uma escola da periferia, encontramos muitos que nunca foram ao cinema, e quando o professor fala que eles vão assistir e analisar um filme não se trata somente de um trabalho pedagógico que será realizado com a turma, mas também lidarmos com a emoção do aluno em assistir um filme que não seja na televisão de sua casa, então a frustração quando não dá certo é muito grande.

Na outra semana, agendei o salão de projeção para a sala e eles ficaram muito empolgados.