sábado, 16 de abril de 2016


Dinâmica da bolinha de papel: trabalhando a desigualdade social e os privilégios 


01. cada aluno recebe uma folha de papel para amassar e fazer uma bolinha.
02. o professor coloca o lixo bem na frente da sala, embaixo do quadro negro
03.Após o professor deve dar a instrução:
“Esse jogo é muito simples. Vocês representam a população de um país qualquer. E todo cidadão neste país tem a chance de crescer na vida e pertencer às classes mais altas”
“Para subir às classes mais altas, tudo o que você precisa fazer é acertar sua bolinha no lixo, sem se levantar da cadeira.
04. Imediatamente os alunos do fundo da classe devem protestar (“mas isso não é justo!”).
Os que estão atrás têm diante deles um monte de gente e fica fácil enxergar que os da frente terão muito mais facilidade em acertar suas bolinhas no lixo.
05. Quando os arremessos são feitos, acontece o esperado: os da frente conseguem acertar mais (mas nem todos) e os de trás acertam menos (mas alguns acertam).
06. O professor conclui:
“Quanto mais perto você está da lata de lixo, maiores são as suas chances de acertar. Isso é um privilégio. Vocês repararam como as reclamações vieram, todas, do fundo da classe?”
“Isso acontece porque as pessoas que estão aqui na frente não estão enxergando a mesma coisa que as pessoas que estão no fundo”
Elas estão a poucos metros da lata e não enxergam a mesma quantidade de cabeças à sua frente. E por não terem a mesma situação em seu campo visual, tudo o que elas enxergam é o objetivo do jogo…
…sem se dar conta, pelo menos não ao ponto de se manifestarem, sobre a posição privilegiada em que se encontram (ou sobre a injustiça com os colegas do fundão).

Explicação a ser dada para os alunos após a dinâmica:

Os alunos que estão no fundo da sala representam as classes mais pobres, e as pessoas que estão sentadas mais a frente representam as classes mais ricas.
    As chances e oportunidades dos alunos que estão no fundo são mais difíceis, (Neste momento pode-se explicar a desigualdade social)
    As pessoas sentadas na frente tiveram mais facilidade de acertar a bolinha no lixo, assim como as pessoas das classes mais ricas tem mais oportunidades e privilégios, alcançando assim seus objetivos.
O ideal não seria os mais privilegiados ajudando a erguer os menos privilegiados, trabalhando em favor deles, para abrir mais espaço nas fileiras da frente
E não mandando a lata de lixo lá para trás, pois não resolve o problema da desigualdade.
O ideal seria uma sociedade mais justa, igualitária, o que é difícil de alcançar em uma sociedade capitalista.
Perguntei aos alunos como poderíamos então solucionar este problema, já que sabemos que é um problema na estrutura da sociedade, e um problema relacionado ao sistema capitalista.
Neste momento os alunos pensam, dão palpites, até que o palpite mais adequado surge:
"Sentar em círculo",
E o lixo?
"A gente coloca no meio"
E isso faz ficar mais justo igualitário?
Como medi isto para mostrar aos alunos?
Na primeira fase, quando eles estavam enfileirados contei quantas bolinhas eles acertaram, e coloquei na lousa.
Após os próprios alunos sentarem em circulo e colocarem o lixo no meio, contei as bolinhas que acertaram.
O resultado: O número de acertos triplicou. Uma boa maneira de falar em igualdade para todos.